De ontem pra hoje li dois livros excelentésimos. Um é um beijo na boca, outro um soco no estômago. Escolha qual ler primeiro, mas passe pelos dois.
O beijo é do RODRIGO LEVINO, no seu Dias estranhos (ed. Digizap). Seus contos/crônicas são de uma ternura, de uma leveza, sem que isso signifique frouxidão ou água com açúcar. É cachaça pura. Da boa. Daquelas que descem sem arranhar, mas dão um fogo danado. O Rodrigo mora em Natal, é jornalista, escreve na Piauí. Já bebemos umas cervejas juntos por aqui. Independente dele adorar o House, é um menino adorável e talentosíssimo que está só começando. Melhor do que eu, fala o Daniel Galera na orelha do livro: “Rodrigo Levino transforma seu olhar particular em algo que podemos absorver quase ao ponto de experimentarmos o mundo em seu lugar, nem que seja pela duração da leitura. Belo sem ser piegas e reflexivo sem ser pesado, Dias estranhos nos dá a sensação de que no fundo não estamos tão seprados assim uns dos outros”.
O soco no estômago quem deu foi o WALTHER MOREIRA SANTOS, com seu romance O Ciclista, vencedor do prêmio José Mindlin. Um romance super forte, denso, profundo e pirante que você não consegue largar. Pesquisando na internet, descobri que ele já ganhou dezenas de prêmios literários. E eu nunca tinha ouvido falar do cara! Acho que ele mora em BH porque a editora é de lá (ed. autêntica) e a revisão da minha querida amiga Ana Elisa Ribeiro. Uma estarrecedora descoberta. Na orelha do livro do Walther, é Gilberto Noll quem fala: “no aparente despojamento da linguagem vem sempre o golpe certeiro; Walther Moreira Santos é um escritor de imaginação ímpar e recursos inesperados”
Amigos escritores paulistanos, ponham as barbas de molho porque a literatura que está sendo produzida fora do eixo Rio-SP é da pesada.
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28/09/2008 às 18:18
Obrigada por suas palavras e pelo carinho, Franklin. Fiquei feliz. Volte sempre. Um abração
28/09/2008 às 13:57
Não conhecia esta página. É sempre bom quando alguém se dedica a fazer pela nossa literatura o que as instituições não costumam fazer. Parabéns e, como escritor, só tenho a agradecer pelo trabalho que está realizando com esse entusiasmo que, segundo Proust, é caracteristico das pessoas de talento.
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12/09/2008 às 03:41
ivana conheco levino por quem nutro um carinho especial.ele é um dos melhores textos do rio grande do norte.não tem cronista melhor.quando ele escrevia para o portal digizap sempre comentava suas crônicas.é um prazer renovado ler levino!
09/09/2008 às 00:56
Já tinha lido do Walther “Dentro da Chuva Amarela”, um livro de memórias sobre transtorno bipolar mas que pode ser lido como se fosse um romance, é de 2000 mas já teve várias edições, a minha é de 2006 – e que romance. “O Ciclista”, me fez chorar. O cara é de pernambuco, é o que está na orelha do “Dentro da Chuva”, na orelha de “O Ciclista” não há nada.
Vou atrás dos outros livros dele, e do livro do Levino – dá-me tempo Senhor!
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06/09/2008 às 22:54
Rodrigo, corrigi o endereço do seu blog e linkei no meu.
Beijos, parabéns.
06/09/2008 às 18:13
que delícia, isso.
fico feliz por você, que é uma querida, ter gostado.
grato sempre =)
ps.: o link pro meu site http://www.adeuscolumbus.com
besos.